domingo, 21 de fevereiro de 2010

Samba - Enredo da Unidos da Tijuca 2010

0 comentários
SAMBA – ENREDO: É SEGREDO!
AUTORIA: JULIO ALVES, MARCELO E TOTONHO

Desvendar esse mistério
É caso sério, quem se arrisca a procurar
O desconhecido, no tempo perdido
Aquele pergaminho milenar
São cinzas na poeira da memória
E brincam com a imaginação
Unidos da tijuca, não é segredo eu amar você
Decifrar, isso eu não sei dizer
São coisas do meu coração


Eu quero ver esse lugar
Que o próprio tempo acabou de esquecer
Meu deus, por onde vou procurar
Será que alguém pode me responder


Quem some na multidão
Esconde a sua verdade
Imaginação, o herói jamais revela a identidade
Será o mascarado
Nesse bailado um folião?
A senha, o segredo da vida
A chave perdida é o “x” da questão
Cuidado, o que se vê pode não ser… Será?
Ao entender é melhor revelar
Ou esconder até o final?
No sonho do meu carnaval
Pare pra pensar, vai se transformar


É segredo, não conto a ninguém
Sou tijuca, vou além
O seu olhar, vou iludir
A tentação é descobrir


(Para assistir o vídeo do desfile clique aqui)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Morar na Barra pode ser simples e gostoso, como café com pão

0 comentários
O post de um leitor que ressaltava as maravilhas da Barra da Tijuca provocou muitos comentários na última semana. Muitos internautas concordaram com as beleza citadas, mas a maioria deles criticou o bairro por seus problemas (clique aqui e leia todos os comentários enviados). A leitora Gisele Brandão escreveu para o Opinião do Bairros.com para comentar umas dessas críticas. Leia abaixo:

Comentário publicado no Jornal de Bairro Barra, do Globo:

“Os moradores da Barra devem ter obrigação de afundar seus carros nos buracos da Avenida das Américas...Obrigação de ser assaltados em frente ao Cittá América..Obrigação de terem que ir ao shopping para comprar um pão, afinal, lá na Barra não tem padaria, só mercado...Obrigação de gastarem muito mais do que o resto dos cariocas, pois lá tudo é mais caro...Obrigação de viverem a vida inteira em uma “jaula”, afinal viver em condomínios da Barra é viver atrás das grades...Obrigação de ter que aturar playboys espancadores de empregadas e tentar, a todo custo, evitar que seu filho se torne um deles”. July Clarck

Pânico. Foi este o sentimento que tomou conta de mim após a leitura. De onde vim? Para onde vou? Por onde tenho andado? Quem sabe numa quarta dimensão? Passei a desconfiar de tudo e de todos. Teria sido eu abduzida, estarei em outra galáxia? Ou serei apenas um personagem kafkaniano? Sim, meus vizinhos me enganam. Eles fingem ter uma vida normal, saem de casa para passear seus cachorrinhos pela manhã, levar os filhos à escola, nossa... eles trabalham! Pagam impostos, reclamam da conta de luz e da taxa extra de condomínio. Cínicos é o que são! Voltam para casa carregados de sacolas de supermercado – Extra, Carrefour, Mundial, alguns com o encarte de ofertas do Prezunic ou Guanabara embaixo do braço, felizes com a cobertura do preço pelo mercado concorrente... mentirosos!

Segunda-feira é o dia em que todos se atrasam aqui em casa. Saio cedo, correndo contra o relógio, sem café da manhã. Quem me conhece sabe que esta é minha refeição favorita e que não abro mão do suco de laranja, frutas, queijos e pãezinhos, consumidos sem pressa enquanto leio o jornal. Hábito prejudicado às segundas, mas de mau humor é que não vou ficar: após deixar meu filho no colégio e respirar aliviada, paro na Padaria da Praça do Pomar.

Dos prazeres simples da vida, não há brasileiro que não se renda a um bom “café com pão”. O ambiente perfumado pelo café fresco matinal e o pãozinho francês crocante e quentinho (daqueles que derretem a manteiga): taí a dobradinha que deixa qualquer um pronto para um novo dia. A padaria do Jardim Oceânico é concorrida, alguns conhecidos me cumprimentam.. eu só não sabia que tudo fazia parte apenas da minha imaginação.

Sigo para o trabalho na Zona Sul. Pela orla é mais bonito. Procuro olhar para o mar e evitar o lado contrário: prédios de luxo gradeados. Incomoda não conseguir me livrar destas imagens... tudo miragem! Prédios e grades só existem na Barra!

Tento esquecer a sensação de medo ao cruzar Copacabana. Afinal, o assalto que sofri num sinal quando, ao ter uma arma encostada na cabeça, me levaram o carro em plena luz do dia, foi apenas um sonho!

Procuro também deletar da memória a notícia recente sobre o assalto a um prédio do Recreio praticado por jovens de classe média alta, moradores do Bairro Peixoto. O que me remete a outro fato: a morte no ano passado de André Luiz de Medeiros, 18 anos, classe média, traficante de drogas, morador também do Bairro Peixoto, morto pela explosão de uma granada que tentava arremessar contra a polícia do 19º BPM. Tudo mentira da imprensa! Pitboys só na Barra!!!!!

Aliás, por falar em mentira da imprensa, Ancelmo Góis publicou em sua coluna uma conta da Pizzaria Forneria, em Ipanema, conta esta que inclui o estacionamento do cliente – R$ 8 – e a taxa de serviço de 12%. O cliente pagou também R$ 4 por um guaraná diet (mais caro que uma garrafa de 2 litros) e R$ 4 por um café! Como é possível se paguei R$ 1,70 por um café na padaria da Barra?

Peço desculpas pelo desabafo, mas é que estou mesmo assustada com minhas alucinações. Tanto que fotografei o moço ao lado. Ele passa todas as manhãs pelas ruas aqui do bairro e, com sua buzina, anuncia o pão francês, o brioche, o pãozinho doce... Um entregador de pão e sua bicicleta. Eu, na janela, observando o povo passar...


(Matéria publicada no jornal O Globo, em 09 de maio 2008, com um trecho sobre mim e uma foto minha tirada pela autora do texto. A matéria original está disponível em http://oglobo.globo.com/rio/bairros/posts/2008/05/09/morar-na-barra-pode-ser-simples-gostoso-como-cafe-com-pao-101450.asp)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Floriano Vieira Peixoto (23/11/1981 a 15/11/1984)

0 comentários
Dados biográficos

Militar, nascido em Ipioca, atual Floriano Peixoto, estado de Alagoas, em 30 de abril de 1839. Formado em engenharia, participou da guerra do Paraguai e foi presidente da província de mato Grosso. Alinhado com os setores antiescravistas do Exército, destacou se no processo de instauração da Republica, passando a exercer a vice-presidência em 25 de fevereiro de 1891. Com a renúncia de Deodoro da Fonseca, assumiu a presidência da República em 23 de novembro de 1891. Faleceu na cidade de Divisa, estado do Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1895.

Período presidencial

Conhecido como Marechal de Ferro, Floriano Peixoto enfrentou, na presidência, duas rebeliões: a Revolta da Armada, resultado de conflitos entre o Exército e a Marinha, no Rio de Janeiro, e a Revolução Federalista, iniciada no Rio Grande do Sul, na qual enfrentaram-se os republicanos de orientação positivas e os liberais, liderados por Silveira Martins, político de destaque durante o Império. Esses eventos fizeram com que por diversas vezes, ao longo de seu mandato, fosse decretado o estado do sítio.

Nesse período foram organizadas, regulamentadas ou reformadas algumas instituições nascida com o novo regime, na área da saúde e da educação, tais como a Diretoria Sanitária na capital federal e o Pedagogium, voltado para o ensino profissional. Foi, ainda, estabelecida a transferência para a União da administração do ensino secundário, anteriormente integrada á Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária da Capital Federal, marcando uma das faces de regime republicano, de ênfase em um projeto pedagógico público e laico.

O Brasil e o mundo

Em 1893, o Havaí tornou-se protetorado norte-americano e Daomé (atual Benin), na África, protetorado francês. Na Inglaterra, foi fundado o Partido Trabalhista Independente, que deu origem ao Partido Trabalhista inglês. Em 1894, Nicolau II, que seria o último czar, assumiu o governo da Rússia, e o Japão, após intervenção na Coréia, iniciou a guerra com a China. Nesse mesmo ano, Alfred Dreyfus, capitão francês de origem judaica, foi condenado ao exílio perpétuo na ilha do Diabo, em Caiena, acusado de ser espião para a Alemanha. Tempos depois, a justiça foi reparada.


(Extraído do Livro Os Presidentes e a República - Deodoro da Fonseca a Luiz Inácio Lula da Silva, produzido pelo Arquivo Nacional)

Manuel Deodoro da Fonseca (15/11/1889 a 23/11/1891)

0 comentários
Dados biográficos

Militar, nascido na cidade de Alagoas, atual Marechal Deodoro, estado de Alagoas, em 5 de agosto de 1827, Durante o Império participou da brigada expedicionária ao rio da Prata, do cerco a Montevidéu e da Guerra do Paraguai. Em 1885, foi presidente da província do Rio Grande do Sul. Presidiu o clube Militar (1887-1889), comandando os setores antiescravistas do Exército. Assumiu a chefia do governo provisório da República em 15 de novembro de 1889. Por meio de eleição indireta, passou a exercer a presidência em 25 de fevereiro de 1891. Faleceu no Rio de Janeiro, em 23 de agosto de 1892.

Período presidencial

O fim do império levou ao banimento da família imperial para a Europa, ato somente revertido em 1922. A proclamação do governo provisório da República, em 15 de novembro de 1889, estabeleceu, entre outras transformações, a separação entre a Igreja e o Estado, com a instituição do casamento civil e da laicização dos cemitérios.

Em 1890, foi criado o Código Penal brasileiro, reformado o Código Comercial, em 1891, promulgada a primeira constituição republicana do país, de inspiração liberal e próxima ao modelo norte-americano.

O sistema político brasileiro passou a se basear no presidencialismo, no federalismo e no regime de representatividade. Definiram-se os três poderes de governo, Executivo, Legislativo e Judiciário, extinguindo-se, consequentemente, as instituições do Império - Conselho de Estado, Poder Moderador e Senado vitalício.

As leis iniciais da República regulamentaram, ainda, uso dos símbolos nacionais – hino, bandeira, armas e selos - , bem como as datas nacionais, que incluíam o 14 de julho. Em uma referência á data francesa e ao espírito republicano revolucionário.

A política econômica, tendo á frente o ministro da Fazenda Rui Barbosa, foi marcada pelo ‘’encilhamento’’, que se caracterizou pelo incentivo á emissão de moeda por alguns bancos e a criação de sociedades anônimas, resultando em forte especulação financeira e na falência de bancos e empresas. A formação e de um novo ministério liderado pelo Barão de Lucena, político vinculado á ordem monárquica, a tentativa de centralização de poder e as resistências encontradas no meio militar conduziram o país a uma crise política, que teve seu ápice na dissolução do congresso Nacional. Imediatamente se organizaram as forças legalistas, levaram a renúncia de Deodoro da Fonseca em 23 de novembro de 1891.

O Brasil e o mundo

Nesse período, assistiu-se a uma crescente industrialização e urbanização do país e ao aumento da grande imigração européia para o Brasil, registrando-se, apenas no ano de 1891, a entrada de 216 mil estrangeiros. No plano externo, a Proclamação da República, ocorrida em meio da realização da I Conferência Internacional Americana, aproximou, diplomaticamente, o Brasil dos Estados Unidos da América. Em 1890, Èmile Zola publicou A besta bumana, e no ano seguinte, Conan Doyle publicou, na Inglaterra, as Aventuras de Sherlok Holmes.

(Extraído do Livro Os Presidentes e a República - Deodoro da Fonseca a Luiz Inácio Lula da Silva, produzido pelo Arquivo Nacional)